segunda-feira, 15 de abril de 2013

quando eu falo de amor, não estou falando de relacionamento. eu acho que entender isso é incrivelmente importante porque se fizeram conceitos muito distorcidos sobre o amor. não consigo ver que uma coisa precisa da outra ou muito menos que uma exclui a outra. eu amo independentemente do tipo de relação que eu tenho. classificar em tipos de amor (fraternal, romântico) é uma forma de classificar importâncias. é hierarquizar o sentimento. uma mulher tem que amar mais os filhos do que ama os amantes, mais o marido do que os amigos, mais os pais do que ama os irmãos, por exemplo.
eu sinto amor, apenas isso. não tem amor maior ou menor, mais ou menos. é apenas amor. a forma como eu me relaciono com meu objeto de amor não é pela quantidade ou qualidade do amor. eu apenas ajo e faço as coisas de acordo com a relação que queremos ter.
eu acho extremamente chato quando se tem normas e regras sobre aqueles que "amam de verdade", "quem sabe amar", "quem ama faz isso e aquilo". porque não faz sentido nenhum. minhas atitudes vem da minha experiência, minhas ideias, não do meu amor. ele é apenas parte da equação.
eu também detesto as comparações com antigos relacionamentos ou entre as pessoas dum mesmo, quem ama de verdade.
a dor do amor também não vem dele, é do medo, do ciúme, da possessividade, do materialismo, do imediatismo.
se coloca o amor num pedestal tão alto que ele mesmo balança e cai. amor não sustenta tudo sozinho, ele tadinho fica sobrecarregado de significados e obrigações e compromisso que não pode dar conta.
amar não precisa de absolutamente nada. e mesmo que pese o mundo, não quer dizer nada. não quer dizer promessas, não quer dizer futuro, nem passado.
amor apenas é. e quando a gente consegue apenas sentir isso sem se preocupar com um significado escondido ou eternidade, a gente consegue sentir a força dele, se deixar influenciar por tudo de positivo que ele pode fornecer.
se eu critico relacionamentos como eles tipicamente são na sociedade, eu não estou negando amor. eu não odeio nem sou amarga em relação à ele. na verdade eu sinto tanto amor que não consigo encaixotá-lo ou desmembrá-lo pra caberem nesses conceitos ridiculamente opressores.
amor só é livre.

Isadora Dias