sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Improviso
Uma idéia. Um olhar. Uma sugestão. E pronto. Alguém se apaixonou.
Um minuto depois, um dia, um olhar mais profundo e acaba.
Mas aquele instante da sensação boa de apaixonar-se é introcável. Ainda que passe em seguida. Em mim é um momento em que todas as engrenagens começam a funcionar juntas e em velocidade. Mil palavras surgem pra dizer e ao mesmo tempo nenhuma é boa o suficiente. Então eu sempre digo qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo. Um comentário bobo que, se bem aproveitado, pode dar início a uma longa conversa. Mas naquele segundo da descoberta da paixão eu nem sei se o que a gente escuta é exatamente o que está lá sendo dito. Eu, no fundo, não escuto quase nada. E nem me lembro muito depois. Eu guardo, sim, a sensação. Aquela euforia, aquele descontrole histérico. Nem sei se é saudável. Pode ser ao mesmo tempo o momento em que se estraga qualquer possibilidade de ir adiante. Ah, mas é um mar. É aquela vista do mar no entardecer. Que você tenta enxergar o fim e não tem... Então começa a filosofar sobre a vida, o mundo, o amor.

Eu acho que o Amor de Improviso é mesmo assim, curto, rápido, estranhamente mágico e bom. E acabou. Até acontecer a próxima idéia, o próximo olhar, a próxima sugestão...
O próximo toque, talvez.

Você tá olhando pra mim?